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Balneário Camboriú
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256° da Quarentena – Estou com COVID 19

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Por Hélvion Ribeiro

Jamais imaginei que eu não pegaria. Houve várias janelas no tempo em que estive exposto a alguém positivado. E outros que nem eles sabiam que estavam contaminados, só mais tarde. Fui cuidadoso.

Sempre que tive que sair, usei máscara, procurei manter a distância. Usei álcool/gel.

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É difícil o isolamento total. Passamos duas semanas em Balneário Camboriú, até ali na semana da eleição. Parece que foi quando o contágio se deu. Mas só Deus sabe.

A gente NUNCA vai saber.

Tinha comentários que havia um gripão por aí. Achei que era isto.

Como os sintomas foram de leves a moderados, fui levando. Então perdi a 1° fase para o tratamento precoce.

Meus filhos foram implacáveis, até que a gente resolveu agir. Um deles – pela mudança da voz no fone, falou:

– É Covid. Voz de Covid. (ainda duvidei… ).

– Não vai dar nada…

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Testamos aqui e ali e não deu outra. Eu e minha mulher contaminados. Ela passou muito mal um dia, sono, desânimo, sem comer, péssima.

Agora está bem. Nas tomografias de pulmão ela está normal e eu com parte afetada.

Fiz montes de exames, consultas, tomografia, testes. Meus filhos, noras, familiares foram à luta, estendendo a rede de proteção para tentar melhorar o rumo. Fomos para Balneário Camboriú ontem e voltamos hoje de madrugada – quando a coisa apertava para Florianópolis.

Nossos filhos e noras que são da medicina, nos fazem uma exigência inegociável:

*Não se aproximem de ninguém.

*Isolamento absoluto.

*Não coloquem ninguém sob risco.

Minha irmã foi para Ingleses, ficamos no seu apartamento na Trindade. Avisamos sim na portaria do edifício. Também recebemos muitas reclamações, de que a gente estava relaxando no isolamento, o que – parcialmente, é verdadeiro.

Os próximos três dias serão determinantes do futuro. Devo fazer o tratamento a domicílio, até prova em contrário. Torço para não precisar internar.

Eu sabia que a situação estava feia, mas ao ver a realidade dentro de hospitais, foi assustador.

Num espaço de duas horas mais de 100 pessoas, desanimadas, fila para consulta de Covid, fila para RX por Covid. Morto em maca sendo transportado. Desinfecção de elevadores, respiradores, ambulâncias chegando toda hora …

Gente quase arrancando o pulmão tossindo, muitos…muitos, com respiração difícil, tentando puxar o ar que falta.

Em alguns momentos, ali, considerei a possibilidade de estar na frente das portas do céu.

E os profissionais de saúde ali, atendendo, no meio da pandemia – tendo como quase única defesa, a juventude.

É caos.

Não está diminuindo.

Na foto, o cardápio com que passarei uns dias, esperando que dê certo.

…segue a saga…


Hélvion Ribeiro é cirurgião-dentista aposentado, reside em Balneário Camboriú e veraneia em Urubici.

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