Publicidade
MARA GAMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Tire os sapatos antes de entrar. Menos sujeira vinda de fora resulta em menor consumo de produtos de limpeza e economia no bolso. Na hora do banho, fique de olho num reloginho. Para regar as plantas e lavar quintal, use água da chuva. Quando precisar mudar a organização interna, nada de quebra-quebra: basta rearranjar paredes internas.
Com um projeto que prevê intervenção mínima no imóvel e incentiva a adoção de rotinas econômicas de seus ocupantes, a Casa Viva venceu o Desafio Casa Sustentável e estará na mostra Casa Cor 2018 a partir de 22 de maio, em São Paulo.
Completam o menu de itens sustentáveis materiais reciclados como pastilhas feitas de PET nos revestimentos, painéis fotovoltaicos para captar energia, iluminação em LED e divisórias internas em madeira laminada substituindo a alvenaria, com menos resíduos e sobras, proporcionando uma obra seca.
CONCURSO
Formadas há dois anos pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Gabriela Lotufo e Larissa Oliveira se conheceram na escola. A Casa Viva é seu primeiro projeto de casa. Além do grande prêmio, receberam menção honrosa pela preservação do patrimônio histórico e adaptabilidade da proposta. O resultado foi anunciado no último dia 22.
Foi a primeira edição do prêmio, que teve 20 projetos finalistas de oito estados do país: São Paulo, Rio, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Amazonas.
Os projetos foram concebidos para um espaço de 75 m¦, com sala, cozinha, quarto e banheiro. O imóvel já existe e é uma das edificações tombadas do Jockey Club de São Paulo.
CONSTRUÇÃO E EQUIPAMENTOS
"Na escolha dos materiais, priorizamos reciclados, recicláveis e reformáveis e o que pode ser encontrado com facilidade no mercado", conta Larissa Oliveira.
O piso já existente foi recuperado. Para as áreas molhadas, foram colocadas pastilhas feitas de PET reciclado sobre os ladrilhos. Para o isolamento termo-acústico da parte central da casa, também foi usada uma manta de lã de PET. Um piso vinílico, que é reciclável, foi aplicado em algumas áreas. Na área externa e no piso do banheiro foi usada a madeira plástica, conta Larissa.
Além dos itens de construção, Larissa destaca o uso de aparelhos econômicos como os que controlam a vasão de água e os "timers" no chuveiro, que facilitam o controle e incentivam economia de energia.
SEM PARAFERNÁLIA
"O projeto da Casa Viva mostra que qualquer pessoa pode tornar a casa sustentável sem colocar a construção abaixo", diz Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia, consultoria em sustentabilidade que idealizou o prêmio.
"As arquitetas analisaram a ventilação do imóvel e decidiram que não era necessário instalar ar condicionado, o que foi um ponto importante de economia", exemplifica.
O foco no usuário é um dos diferenciais no projeto, segundo Ferreira. "Refletir sobre o modo como as pessoas interagem na construção é fundamental. Na minha opinião, a ideia da sapateira é um achado. Sem parafernália, consegue incentivar um bom hábito", diz.
Medidas reduzem os impactos ambientais da casa
Antes de comprar aparelhos que prometem economia, o primeiro passo para ter uma casa mais sustentável é analisar os itens que causam impactos ambientais, quantificá-los e tentar reduzir os tempos de uso ou quantidades. Geração de lixo, consumo de energia e consumo de água são os três grupos de atividades importantes.
Metade do consumo total de água doméstico, por exemplo, vem do chuveiro. "Se um item apenas é responsável por 50% do gasto, é claro que você deve começar por ele. Regulando o tempo de banho, o resultado vem na conta", diz o engenheiro Luiz Henrique Ferreira, da consultoria Inovatech. "Para obter esse controle, os timers podem ajudar", diz.
No consumo de energia, os vilões são chuveiros, geladeiras e aparelhos de ar condicionado. "Em habitações de mais baixa renda, são as geladeiras. Em geral, há mais pessoas em cada casa, ficando mais tempo, e por isso a geladeira será aberta mais vezes, aumentando o peso desse item na conta geral", afirma Ferreira.
"Nas casas de classe média alta, em primeiro lugar estão chuveiros elétricos e depois vêm os aparelhos de ar condicionado".
Ferreira aponta, porém, que está acontecendo uma mudança de padrão. "Há 10 anos, a maior parte das casas em São Paulo não possuía ar condicionado e as pessoas conseguiam viver sem eles, suportando a amplitude térmica das estações frias até as quentes. Hoje, a resiliência à mudança térmica está ficando menor e, por isso, o consumo de energia está aumentando", afirma.
A boa notícia, segundo Ferreira, é que atualmente os construtores são obrigados a executar obras com mais conforto térmico, acústico e de insolação.
"Os edifícios mais novos devem seguir a A NBR 15.575, que vale desde 2013 e que exige que a carga térmica neles seja menor, o que faz com que os investimentos em equipamentos possam ser menores", conta.
ROTEIRO
Abaixo, um roteiro simplificado para tornar a casa mais sustentável:
- Identifique quais são os principais impactos da sua casa: geração de lixo, consumo de energia e consumo de água são os mais comuns;
- Quantifique em volume ou dinheiro esses impactos;
- Pesquise e converse com amigos para saber se esses volumes e valores são médios, altos ou baixos;
- Antes de investir em novos equipamentos ou sistemas, corte excessos já detectados. Por exemplo: se você gasta R$ 500 por mês em energia elétrica, faça uma experiência de reduzir o tempo de banho em um determinado período de tempo.
- Se chegou a um consumo já testado e irredutível e ainda precisa economizar, chegou a hora de adotar máquinas ou sistemas diferentes. Painéis de energia solar, por exemplo, podem ser pagos em 2 anos e meio de uso. Para poupar água, cisternas que armazenam água de chuva são uma opção. De que tamanho? Faça uma estimativa. Quantos baldes usa para lavar a área externa e molhar as plantas? Quantas vezes você faz essa operação por semana? Com contas simples, poderá dimensionar os novos equipamentos.
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
MARA GAMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Tire os sapatos antes de entrar. Menos sujeira vinda de fora resulta em menor consumo de produtos de limpeza e economia no bolso. Na hora do banho, fique de olho num reloginho. Para regar as plantas e lavar quintal, use água da chuva. Quando precisar mudar a organização interna, nada de quebra-quebra: basta rearranjar paredes internas.
Com um projeto que prevê intervenção mínima no imóvel e incentiva a adoção de rotinas econômicas de seus ocupantes, a Casa Viva venceu o Desafio Casa Sustentável e estará na mostra Casa Cor 2018 a partir de 22 de maio, em São Paulo.
Completam o menu de itens sustentáveis materiais reciclados como pastilhas feitas de PET nos revestimentos, painéis fotovoltaicos para captar energia, iluminação em LED e divisórias internas em madeira laminada substituindo a alvenaria, com menos resíduos e sobras, proporcionando uma obra seca.
CONCURSO
Formadas há dois anos pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Gabriela Lotufo e Larissa Oliveira se conheceram na escola. A Casa Viva é seu primeiro projeto de casa. Além do grande prêmio, receberam menção honrosa pela preservação do patrimônio histórico e adaptabilidade da proposta. O resultado foi anunciado no último dia 22.
Foi a primeira edição do prêmio, que teve 20 projetos finalistas de oito estados do país: São Paulo, Rio, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Amazonas.
Os projetos foram concebidos para um espaço de 75 m¦, com sala, cozinha, quarto e banheiro. O imóvel já existe e é uma das edificações tombadas do Jockey Club de São Paulo.
CONSTRUÇÃO E EQUIPAMENTOS
"Na escolha dos materiais, priorizamos reciclados, recicláveis e reformáveis e o que pode ser encontrado com facilidade no mercado", conta Larissa Oliveira.
O piso já existente foi recuperado. Para as áreas molhadas, foram colocadas pastilhas feitas de PET reciclado sobre os ladrilhos. Para o isolamento termo-acústico da parte central da casa, também foi usada uma manta de lã de PET. Um piso vinílico, que é reciclável, foi aplicado em algumas áreas. Na área externa e no piso do banheiro foi usada a madeira plástica, conta Larissa.
Além dos itens de construção, Larissa destaca o uso de aparelhos econômicos como os que controlam a vasão de água e os "timers" no chuveiro, que facilitam o controle e incentivam economia de energia.
SEM PARAFERNÁLIA
"O projeto da Casa Viva mostra que qualquer pessoa pode tornar a casa sustentável sem colocar a construção abaixo", diz Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia, consultoria em sustentabilidade que idealizou o prêmio.
"As arquitetas analisaram a ventilação do imóvel e decidiram que não era necessário instalar ar condicionado, o que foi um ponto importante de economia", exemplifica.
O foco no usuário é um dos diferenciais no projeto, segundo Ferreira. "Refletir sobre o modo como as pessoas interagem na construção é fundamental. Na minha opinião, a ideia da sapateira é um achado. Sem parafernália, consegue incentivar um bom hábito", diz.
Medidas reduzem os impactos ambientais da casa
Antes de comprar aparelhos que prometem economia, o primeiro passo para ter uma casa mais sustentável é analisar os itens que causam impactos ambientais, quantificá-los e tentar reduzir os tempos de uso ou quantidades. Geração de lixo, consumo de energia e consumo de água são os três grupos de atividades importantes.
Metade do consumo total de água doméstico, por exemplo, vem do chuveiro. "Se um item apenas é responsável por 50% do gasto, é claro que você deve começar por ele. Regulando o tempo de banho, o resultado vem na conta", diz o engenheiro Luiz Henrique Ferreira, da consultoria Inovatech. "Para obter esse controle, os timers podem ajudar", diz.
No consumo de energia, os vilões são chuveiros, geladeiras e aparelhos de ar condicionado. "Em habitações de mais baixa renda, são as geladeiras. Em geral, há mais pessoas em cada casa, ficando mais tempo, e por isso a geladeira será aberta mais vezes, aumentando o peso desse item na conta geral", afirma Ferreira.
"Nas casas de classe média alta, em primeiro lugar estão chuveiros elétricos e depois vêm os aparelhos de ar condicionado".
Ferreira aponta, porém, que está acontecendo uma mudança de padrão. "Há 10 anos, a maior parte das casas em São Paulo não possuía ar condicionado e as pessoas conseguiam viver sem eles, suportando a amplitude térmica das estações frias até as quentes. Hoje, a resiliência à mudança térmica está ficando menor e, por isso, o consumo de energia está aumentando", afirma.
A boa notícia, segundo Ferreira, é que atualmente os construtores são obrigados a executar obras com mais conforto térmico, acústico e de insolação.
"Os edifícios mais novos devem seguir a A NBR 15.575, que vale desde 2013 e que exige que a carga térmica neles seja menor, o que faz com que os investimentos em equipamentos possam ser menores", conta.
ROTEIRO
Abaixo, um roteiro simplificado para tornar a casa mais sustentável:
- Identifique quais são os principais impactos da sua casa: geração de lixo, consumo de energia e consumo de água são os mais comuns;
- Quantifique em volume ou dinheiro esses impactos;
- Pesquise e converse com amigos para saber se esses volumes e valores são médios, altos ou baixos;
- Antes de investir em novos equipamentos ou sistemas, corte excessos já detectados. Por exemplo: se você gasta R$ 500 por mês em energia elétrica, faça uma experiência de reduzir o tempo de banho em um determinado período de tempo.
- Se chegou a um consumo já testado e irredutível e ainda precisa economizar, chegou a hora de adotar máquinas ou sistemas diferentes. Painéis de energia solar, por exemplo, podem ser pagos em 2 anos e meio de uso. Para poupar água, cisternas que armazenam água de chuva são uma opção. De que tamanho? Faça uma estimativa. Quantos baldes usa para lavar a área externa e molhar as plantas? Quantas vezes você faz essa operação por semana? Com contas simples, poderá dimensionar os novos equipamentos.
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade